A entidade prevê que essa pressão sobre os preços se mantenha por mais dois ou três meses, com uma possível estabilização em seguida, mas a queda significativa só deve ocorrer a partir da safra do próximo ano. A safra brasileira tem sido afetada nos últimos anos por condições climáticas desfavoráveis, como geadas, El Niño e La Niña, o que impactou na produção e contribuiu para o aumento nos custos de produção.
Com os problemas climáticos afetando a lavoura, os produtores tiveram que aumentar seus gastos, refletindo no custo da matéria-prima. A indústria teve que repassar parte desse aumento de custos para o consumidor, o que resultou em um incremento de mais de 200% nos preços e um repasse de cerca de 38% para o consumidor final.
Os impactos desses aumentos de custos chegaram às bolsas internacionais, onde os contratos de café arábica atingiram valores recordes. O presidente da Abic, Pavel Cardoso, destacou a entrada de fundos no mercado como um dos motivos para esses preços históricos, questionando se essa situação é benéfica para toda a cadeia produtiva do café.
A expectativa é de que a safra deste ano ajude a estabilizar os preços e que a safra do próximo ano possa bater recordes de produção, ampliando a oferta e reduzindo os preços. Até lá, o consumidor deve continuar enfrentando o aumento nos preços, já que a indústria ainda precisa repassar os custos mais elevados.
Além disso, dados do setor mostram um crescimento no consumo de café no Brasil, mas também um aumento significativo nos preços, especialmente para os cafés especiais e gourmet. Nos últimos quatro anos, a matéria-prima teve um aumento de 224%, enquanto o café no varejo subiu 110%, impactando o consumidor com um aumento de 37,4% nos preços.