O estudo, coordenado pelo geógrafo Luiz Jardim Wanderley, destaca que o número de pessoas envolvidas nos conflitos aumentou significativamente, saltando de 688 mil para 2,810 milhões. O relatório detalha os diversos tipos de impactos causados pela mineração, que vão desde o sofrimento humano até os danos socioeconômicos nas comunidades afetadas.
É alarmante observar que mais de 90% dos conflitos estão relacionados a disputas por terra ou água, resultando em 41 ocorrências com registro de mortes. Os estados de Minas Gerais e Pará são os mais afetados, concentrando a maioria dos conflitos. Em Minas Gerais, especificamente, a situação é agravada pelos desastres das barragens da Samarco, em Mariana, e da Vale, em Brumadinho.
A Vale é a empresa mais citada no relatório, envolvida em 147 ocorrências, seguida pela Braskem, CSN, Samarco, Tombador Iron Mineração, ArcelorMittal e Belo Sun Mining. Os conflitos estão predominantemente concentrados na Mata Atlântica e na Amazônia, com diversos episódios envolvendo indígenas e quilombolas.
Procuradas para comentar sobre as medidas adotadas, a Vale ressaltou seu compromisso com as comunidades, enquanto a Braskem enfatizou os esforços em Maceió para mitigar os impactos do afundamento do solo. Já a CSN e a Samarco se abstiveram de comentar, alegando não terem tido acesso ao relatório.
Em um cenário onde milhões de brasileiros são afetados pelos conflitos da mineração, é urgente que as empresas do setor assumam a responsabilidade e adotem medidas efetivas para reparar os danos causados e promover o desenvolvimento sustentável das regiões impactadas. A sociedade civil e os órgãos competentes também precisam atuar em conjunto para garantir a proteção dos direitos das comunidades afetadas e a preservação do meio ambiente.