O presidente da SaferNet Brasil, Thiago Tavares, destacou a gravidade da situação, ressaltando que a persistência desses problemas na plataforma tem resultado em danos graves às crianças e adolescentes no Brasil. Ele enfatizou que o número de grupos e canais denunciados no segundo semestre do ano passado aumentou em 19% em relação ao primeiro semestre, evidenciando a urgência de medidas para combater essa prática criminosa.
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente criminaliza a venda e exposição de fotos e vídeos de cenas de sexo explícito envolvendo menores de idade. A SaferNet destaca que aqueles que consomem esse tipo de conteúdo são cúmplices do abuso e exploração sexual infantil. O relatório da organização também apontou o crescimento do número de usuários do Telegram envolvidos em grupos que compartilham imagens de abuso sexual infantil, chegando a 1,4 milhão no segundo semestre de 2024.
Além disso, foi constatado um aumento na quantidade de grupos e canais no Telegram que veiculam esse tipo de conteúdo, chegando a 1.043, dos quais 349 permaneciam ativos sem moderação. Tavares ressaltou que parte dessas imagens é comercializada na plataforma, com alguns vendedores aceitando como forma de pagamento a moeda virtual “estrelas” introduzida pelo Telegram. A SaferNet denunciou ainda que a empresa não possui registro no Banco Central do Brasil e utiliza provedores de serviços financeiros suspeitos para processar pagamentos, incluindo plataformas que sofreram sanções internacionais.
Diante desse cenário preocupante, é fundamental que a sociedade se una no combate a esse tipo de crime, denunciando conteúdos suspeitos e apoiando as iniciativas de organizações como a SaferNet. A conscientização e a vigilância são essenciais para garantir a segurança das crianças e adolescentes na internet e para pressionar as plataformas digitais a adotarem medidas mais eficazes de moderação de conteúdo. A colaboração de todos é fundamental para combater essa grave violação dos direitos humanos.