Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento conseguiram escapar da prisão habilmente, aproveitando a abertura de uma luminária nas celas que foi ampliada com o auxílio de uma ferramenta improvisada. O incidente levantou suspeitas sobre possíveis falhas no procedimento de inspeção das celas, que teria sido conduzido com demora excessiva, permitindo que os detentos desgastassem as paredes de concreto durante um tempo considerável.
Esta foi a primeira fuga registrada em uma penitenciária federal desde sua criação em 2006, com o propósito de abrigar criminosos de alta periculosidade e líderes de facções criminosas. Os dois fugitivos eram membros do Comando Vermelho e receberam apoio após escaparem da prisão.
Após intensos esforços de busca, os detentos foram recapturados em Marabá, no Pará, localizado a aproximadamente 1,6 mil quilômetros da penitenciária. A operação de recaptura envolveu um grande contingente de agentes de segurança e durou 50 dias.
A Corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) iniciou investigações para apurar o caso, descartando até o momento qualquer indício de corrupção por parte dos agentes penitenciários envolvidos. Três processos administrativos disciplinares foram abertos contra dez servidores, resultando na suspensão por 30 dias de quatro deles.
O Ministério da Justiça não divulgou detalhes específicos das infrações cometidas pelos servidores afastados, alegando sigilo nos processos em andamento. Além disso, outras medidas foram tomadas, como a assinatura de termos de ajustamento de conduta e a aplicação de cursos de reciclagem para os envolvidos.
Visando evitar futuros incidentes semelhantes, o governo anunciou a implementação de medidas de segurança adicionais, como a construção de muralhas em todas as penitenciárias federais. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, convocou a imprensa para um evento onde tratará do assunto nesta quinta-feira, véspera do aniversário de 1 ano da fuga. O encontro está agendado para às 16h.