João Pedro Teixeira era jurado de morte por latifundiários da região, e o desejo de Coutinho era retratar essa situação que se concretizou em Sapé (PB) em 1962. No entanto, agentes da repressão interromperam as filmagens, que só foram retomadas 17 anos depois. O momento coincidiu com o golpe de Estado de 1964, que deu início à ditadura militar no Brasil.
Na segunda parte do filme, Elizabeth Teixeira conta como foi viver na clandestinidade depois do assassinato de João Pedro. O documentário dirigido por Coutinho ocupou o 4º lugar na lista dos 100 filmes mais importantes da cinematografia nacional em 2015. Em 2013, Coutinho gravou o média-metragem “A Família de Elizabeth Teixeira”, prolongando o contato com a história dos Teixeira.
O Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, em Sapé, abrigará a exposição “100 Faces de Elizabeth Teixeira”, assim como lançará seu acervo digital com documentos, imagens e registros relacionados ao tema. O jornalista Alceu Luís Castilho, do observatório De Olho nos Ruralistas, ressaltou a importância da história de Elizabeth Teixeira para compreender a luta pela reforma agrária no Brasil.
Castilho destaca que a luta de Elizabeth e João Pedro Teixeira pelo direito à terra e pela reforma agrária ainda é uma pauta inconclusa no país. Ele ressalta a importância de dar visibilidade às histórias das camponesas no Brasil, que frequentemente são invisibilizadas. A influência das Ligas Camponesas em movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também é destacada como legado da luta de Elizabeth Teixeira e seu marido.