Em uma entrevista concedida a Glauber Rocha em 1971, García Márquez expressou sua visão sobre a relação entre poesia e cinema, enfatizando a dificuldade de adaptar sua obra para as telas. No entanto, o convite feito ao cineasta alagoano denota um interesse mútuo em explorar novas possibilidades artísticas e narrativas.
O projeto idealizado por Márquez envolvia a história de três índios levados à Europa durante a época do descobrimento, um enredo intrigante que certamente teria resultado em um filme impactante. Infelizmente, devido a imprevistos e projetos pessoais de ambos, a colaboração nunca se concretizou, deixando no ar a expectativa de um trabalho conjunto que poderia ter elevado ainda mais o legado de ambos os artistas.
Cacá Diegues, ao recordar o convite feito pelo escritor colombiano, revelou sua admiração pela genialidade de García Márquez e ressaltou a importância de sua obra na literatura latino-americana. Para Diegues, “Cem Anos de Solidão” representa um marco no cenário literário, influenciando gerações de autores e leitores com sua narrativa envolvente e rica em detalhes.
Apesar da parceria jamais ter saído do papel, a amizade entre os dois artistas permaneceu sólida ao longo dos anos, destacando não apenas a relevância de suas obras, mas também o impacto positivo que suas contribuições culturais trouxeram para a América Latina. A perda de García Márquez foi sentida profundamente por Diegues, que lamentou não ter concretizado o projeto que poderia ter unido suas visões artísticas de maneira única e inovadora.
Em meio a lembranças e reflexões, fica a certeza de que a quase parceria entre Cacá Diegues e Gabriel García Márquez permanecerá como um episódio marcante na história da cultura latino-americana, reforçando a importância da colaboração e da troca de ideias no universo artístico. A união entre literatura e cinema, representada por esses dois grandes nomes, continua a inspirar novas gerações a explorar novas fronteiras criativas e a celebrar a riqueza cultural da região.