BRASIL – ONU Mulheres aponta: Nenhum país eliminou desigualdades de gênero 30 anos após a Declaração de Pequim

Trinta anos após a assinatura da Declaração de Pequim, nenhum país conseguiu eliminar por completo as desigualdades entre homens e mulheres, de acordo com a ONU Mulheres. O compromisso internacional, ao qual 189 países aderiram em 1995, tinha como meta a redução dessas desigualdades, no entanto, a plena igualdade de gênero ainda não foi alcançada em nenhum lugar do mundo.

Ana Carolina Querino, representante interina da ONU Mulheres no Brasil, destacou que até mesmo os países considerados mais avançados em termos de igualdade de gênero não conseguiram atingir esse objetivo. A falta de investimento adequado é apontada como um dos principais obstáculos para o avanço nessa questão, segundo Ana Carolina.

No Brasil, foi lançado o relatório Revisão de Políticas Públicas para Equidade de Gênero e Direitos das Mulheres, elaborado pelo Tribunal de Contas da União. O documento apresenta um panorama das iniciativas, programas e políticas públicas implementadas nos últimos 30 anos para garantir os direitos das mulheres no país.

Uma das principais conclusões do relatório é que, apesar de existir um amplo arcabouço legal voltado para as mulheres no Brasil, ainda há desafios na implementação dessas normativas. A continuidade das políticas públicas, o monitoramento de sua execução e a produção de dados sobre as desigualdades de gênero são apontados como pontos-chave a serem aprimorados.

Além disso, a questão do orçamento destinado para as ações voltadas para as mulheres é destacada como fundamental para o avanço nessa área. A criação do Ministério das Mulheres em 2023 foi apontada como um avanço positivo, permitindo uma atuação mais direcionada e integrada em diversas áreas chave.

Apesar dos avanços conquistados ao longo dos anos, a assessora especial do Ministério das Mulheres, Isís Taboas, ressaltou a importância de não retroceder nos direitos já conquistados e de avançar de forma rápida na promoção da igualdade de gênero. A luta pela equidade entre homens e mulheres é um desafio que demanda um compromisso contínuo e uma abordagem transversal em diversas áreas da sociedade.

Nesse contexto, rankings internacionais apontam que o Brasil ainda tem muito a melhorar em termos de igualdade de gênero. A diferença salarial entre homens e mulheres, a participação econômica e política feminina e outras dimensões sociais mostram que o caminho rumo à plena igualdade ainda é longo.

Portanto, é fundamental que o tema da igualdade de gênero seja tratado como uma política de estado, com investimentos consistentes e medidas eficazes que possam garantir avanços significativos na promoção dos direitos das mulheres em todas as esferas da sociedade.

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