BRASIL – Denúncia da PGR expõe tentativa de golpe de Estado no Brasil com envolvimento de Bolsonaro e militares, avaliam organizações da sociedade civil.

Organizações da sociedade civil que atuam em defesa da democracia se manifestaram em relação à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas. Segundo a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), a denúncia expõe uma suposta tentativa de golpe no Brasil e revela ataques à normalidade democrática no país.

Em nota divulgada nesta quarta-feira (19), a ABJD afirmou que a denúncia da PGR mostra “uma organização criminosa estruturada, que planejou deslegitimar as urnas eletrônicas, disseminar desinformação e realizar ações violentas para subverter a vontade popular das eleições de 2022”. A associação pede celeridade no julgamento do caso e destaca a importância da punição dos responsáveis, afirmando que a anistia seria um ataque à memória das vítimas da violência política.

Além disso, a ABJD ressaltou a necessidade de a Justiça de Transição ser aplicada para apurar os crimes do suposto golpe. A associação destacou que o país precisa enfrentar os crimes contra a ordem democrática para evitar prejuízos à sociedade. Para a organização, a denúncia demonstra a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma trama golpista.

O Pacto pela Democracia, que reúne cerca de 200 entidades da sociedade civil, também se manifestou sobre a denúncia, afirmando que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento, mas desempenhou um papel ativo na concepção e execução do suposto golpe de Estado. Segundo a diretora-executiva do Pacto pela Democracia, Flávia Pellegrino, as investigações indicam que militares estiveram envolvidos no plano, buscando deslegitimar as eleições e promover uma ruptura institucional.

O ex-presidente Jair Bolsonaro nega as acusações e sua defesa afirma que ele jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito. A denúncia da PGR, apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), alega que Bolsonaro estava ciente e concordou com o planejamento e execução de ações para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Diante dessas alegações, a sociedade civil e as organizações em defesa da democracia aguardam o desenrolar do processo e ressaltam a importância da aplicação da justiça para garantir a normalidade democrática no país.

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