A revelação explosiva veio à tona após a quebra do sigilo da delação de Mauro Cid, determinada nesta quarta-feira (19) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo o depoimento do ex-auxiliar à Polícia Federal em agosto de 2023, a ordem de Bolsonaro foi dada logo após ele descobrir que Cid havia conseguido de forma fraudulenta cartões de vacinação para si e sua família, por meio da manipulação de dados no sistema Conecte SUS em 2021.
Cid, responsável por gerenciar a conta do Conecte SUS de Bolsonaro, relatou que após inserir os dados falsos, imprimiu os cartões de vacinação e os entregou pessoalmente ao ex-presidente. A finalidade dos cartões falsificados era utilizá-los em possíveis situações, como em viagens internacionais, onde a apresentação do documento ainda era exigida por alguns países.
O delator ressaltou que os dados inseridos foram apagados do sistema logo após a impressão dos cartões. Vale destacar que pouco antes de deixar a Presidência, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos com a esposa e a filha, utilizando seu passaporte diplomático, o que dispensava a necessidade de apresentar o cartão de vacinação contra a covid-19 de acordo com as normas americanas.
Essa revelação levanta sérias questões sobre a ética e a transparência no governo anterior, demonstrando um grave desrespeito às instituições e à saúde pública. A investigação sobre esse caso deve prosseguir para esclarecer todos os fatos relacionados a essa fraude e identificar eventuais responsabilidades.