A abertura do sigilo da delação de Mauro Cid é uma ação que visa garantir o contraditório e a ampla defesa, como afirmou o ministro Moraes em seu despacho. Agora, as defesas dos acusados têm um prazo de 15 dias para se manifestarem, com a contagem iniciando de forma simultânea para todos os envolvidos.
De acordo com a acusação, o ex-presidente liderou um plano golpista em 2022, nos últimos meses de seu mandato, com o intuito de permanecer no poder após uma eventual derrota nas eleições presidenciais daquele ano. A delação de Mauro Cid, que atuou ao lado de Bolsonaro durante todo o mandato presidencial, é apenas um dos elementos de prova apresentados pela PGR, que incluem vídeos, mensagens e registros de frequência em prédios públicos, entre outros.
A defesa de Bolsonaro nega categoricamente qualquer envolvimento do ex-presidente na trama golpista. De acordo com o advogado Paulo Cunha Bueno, Bolsonaro nunca compactuou com movimentos contrários ao Estado Democrático de Direito. Além disso, a delação de Cid também está ligada a outras investigações que envolvem o ex-presidente, como a falsificação do cartão de vacinação para covid-19 e a venda de presentes recebidos de autoridades estrangeiras.
Com a abertura do sigilo da delação, a expectativa é que novos desdobramentos ocorram no caso, trazendo à tona mais detalhes sobre a investigação e o suposto envolvimento de Bolsonaro em atividades ilícitas. Este é mais um capítulo em uma série de polêmicas e denúncias que envolvem o ex-presidente e seu governo, gerando repercussão em todo o país.