Segundo a PGR, o então presidente sempre dava esperanças de que algo fosse acontecer para convencer as Forças Armadas a concretizarem o golpe. O tenente-coronel Mauro Cid, em delação à Polícia Federal, afirmou que Bolsonaro não desmobilizou as pessoas que ficavam na frente dos quartéis devido a essa expectativa.
Além disso, a denúncia destaca que Bolsonaro e o general Braga Netto incitavam a movimentação nos quartéis, mantendo contato direto com os apoiadores do ex-presidente. Em um vídeo citado por Mauro Cid, o general conversa com manifestantes em frente a um quartel e pede que mantenham a esperança, alegando que algo ainda iria acontecer.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o grupo liderado por Bolsonaro agiu com violência e grave ameaça para tentar depor o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia também aponta que Bolsonaro contou com o auxílio de aliados, assessores e generais para deflagrar o plano criminoso, que incluiu ataques às urnas eletrônicas e afronta às decisões do Supremo.
O ex-presidente e os demais acusados responderão perante o Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A denúncia ressalta a gravidade das ações de Bolsonaro e seus apoiadores, que buscavam minar a democracia e a ordem constitucional do país.