O tenente-coronel foi convocado pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes para prestar esclarecimentos sobre um áudio que vazou na revista Veja, no qual ele mencionava pressões da Polícia Federal para delatar episódios dos quais não tinha conhecimento, relacionados à tentativa de impedir a posse do ex-presidente Lula em 2023.
Após criticar o vazamento das conversas e explicar que o áudio foi enviado apenas a amigos próximos, Mauro Cid foi informado de sua prisão. O mandado foi lido pelo juiz Airton Vieira, instrutor do gabinete de Moraes, que declarou a decisão assinada pelo relator da operação.
A reação de Mauro Cid ao ouvir sobre sua prisão foi marcada por gestos de descontentamento, como levar as mãos à cabeça repetidamente e desabotoar as mangas da camisa. O mal-estar do militar foi notado pelos seguranças presentes na sala, que prontamente se aproximaram para fornecer assistência.
Após deixar a audiência, Mauro Cid desmaiou e precisou ser socorrido por brigadistas. Posteriormente, ele foi libertado da prisão e passou a cumprir pena com o uso de tornozeleira eletrônica.
Recentemente, os vídeos da delação de Mauro Cid tiveram seu sigilo levantado, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Jair Bolsonaro e outros 33 investigados no inquérito do golpe. A denúncia envolve o conhecimento e concordância de Bolsonaro em um plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes, conhecido como Punhal Verde Amarelo.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que o plano foi apresentado ao então presidente da República. Trechos dos vídeos da delação de Mauro Cid foram divulgados, mostrando a gravidade das acusações e o desdobramento das investigações.