As informações detalhadas por Mauro Cid vieram à tona através de uma delação premiada, cujo material de áudio e vídeo foi liberado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Nesse conteúdo, Cid descreve um plano de ruptura institucional tramado por Bolsonaro e seus aliados, com destaque para a participação de Mário Fernandes.
Fernandes, que ocupou cargos de destaque no Exército e no governo de Bolsonaro, foi apontado pela Procuradoria Geral da República como coordenador de ações para monitoramento e assassinato de autoridades públicas, incluindo o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O plano, conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, foi descoberto durante uma operação da Polícia Federal no final de novembro do ano passado.
Além de Fernandes, outro militar envolvido nos planos golpistas é o general Walter Braga Netto, que, segundo Cid, conversava diariamente com Bolsonaro e teria recebido R$ 100 mil em espécie para viabilizar o plano. O dinheiro foi entregue por Braga Netto, que alegou tê-lo obtido com o “pessoal do agronegócio”.
A delação de Mauro Cid também destaca a participação de outros militares nos planos para gerar instabilidade e impedir a posse de Lula como presidente. Apesar de Mário Fernandes ser do alto escalão da Secretaria-Geral da Presidência da República, o general Luiz Eduardo Ramos, que ocupava o cargo na época, foi excluído da trama devido ao seu afastamento de Bolsonaro.
Diante dessas revelações, a sociedade brasileira se vê confrontada com uma narrativa perturbadora de tentativa de golpe de Estado e ameaças à democracia. A investigação e o desenrolar desse caso terão desdobramentos significativos para o futuro político do país.