BRASIL – Ministro Alexandre de Moraes libera acesso público a vídeos e áudios de depoimentos de tenente-coronel implicando Bolsonaro em plano de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), causou alvoroço ao disponibilizar o acesso público a todo material em vídeo e áudio dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid. Este tenente-coronel firmou um acordo de colaboração premiada com a Justiça e trouxe à tona detalhes alarmantes sobre um suposto plano de golpe tramado na cúpula do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A liberação da transcrição dos depoimentos, que foram coletados ao longo de pelo menos cinco dias no ano passado, ocorreu na quarta-feira (19) por parte do ministro relator da investigação sobre a trama golpista. A delação de Cid, que atuou como ajudante de ordens ao lado de Bolsonaro durante todo seu mandato, serviu de fundamento para a denúncia apresentada na terça-feira (18) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Segundo a denúncia, Bolsonaro e Cid, juntamente com outras 32 pessoas, foram acusados de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O ex-presidente também enfrenta uma acusação de liderar uma organização criminosa armada, composta em sua maioria por militares da reserva e da ativa, que estaria preparada para romper a ordem constitucional e usar a violência como meio de manter Bolsonaro no poder.

Além disso, os denunciados respondem por crimes de dano qualificado, agravado pelo uso de violência e grave ameaça ao patrimônio da União, bem como pela deterioração de patrimônio tombado – todos relacionados aos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Mauro Cid fechou o acordo de delação premiada em setembro de 2023, enquanto estava preso preventivamente sob suspeita de participar de uma tentativa de encobrir o desvio de joias sauditas do acervo presidencial. Em troca de revelar informações cruciais sobre diferentes linhas de investigação envolvendo Bolsonaro, Cid solicitou o perdão judicial por seus próprios crimes ou, caso não fosse possível, uma pena máxima de dois anos de prisão. Além disso, pediu proteção para sua família, a qual foi prontamente concedida pela Polícia Federal.

Diante da magnitude das revelações de Cid e das acusações contra Bolsonaro, a sociedade aguarda ansiosamente por desdobramentos e medidas por parte das autoridades competentes. A transparência trazida por Moraes ao disponibilizar todo o material dos depoimentos demonstra a importância da Justiça e do combate à corrupção e crimes de natureza política. Novos capítulos dessa trama ainda prometem agitar o cenário político brasileiro nas próximas semanas.

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