A Trump Media & Technology Group (TMTG), empresa que controla a Truth Social, rede social criada por Trump, e a Rumble, plataforma de compartilhamento de vídeos, alegam que decisões de Moraes visam “censurar” as plataformas e suspender contas de usuários. O CEO da Rumble, Chris Pavlovcki, fez uma declaração desafiadora nas redes sociais dirigida ao ministro brasileiro.
Essa movimentação das empresas do presidente Trump logo foi utilizada por aliados de Bolsonaro para atacar Moraes, que é justamente o relator dos processos relacionados à tentativa de golpe de Estado no Brasil. A ação das companhias de mídia norte-americanas foi considerada descabida por especialistas brasileiros, que a enxergaram como uma afronta à soberania do Brasil.
De acordo com o doutor em Direito Internacional Paulo Lugon, da Aliança Brazil Office, a tentativa de processar um ministro de outro país soberano é algo inadmissível e sem base legal. Para Lugon, a ação busca apenas gerar um efeito político e pressionar o Brasil de forma indevida.
O presidente do Conselho Diretivo da Aliança Brazil Office, James N. Green, classificou a ação como uma estratégia da extrema-direita para deslegitimar as investigações em andamento no Brasil e fortalecer a campanha de Bolsonaro, que também enfrenta acusações de participação em um golpe de Estado.
A relação entre as empresas de tecnologia dos Estados Unidos e as decisões da Justiça brasileira não é recente, com casos anteriores envolvendo o dono do X, Elon Musk, e o bloqueio da plataforma no Brasil. As big techs têm se alinhado à política de Trump e prometem apoiar o governo dos EUA contra países que buscam regular o ambiente digital.
Portanto, a ação movida contra Alexandre de Moraes nos EUA evidencia um cenário de tensão entre diferentes interesses políticos e econômicos, com reflexos tanto no âmbito nacional quanto internacional. Esta situação denota a complexidade das relações entre as nações e os desafios enfrentados pelos Estados no mundo contemporâneo.
