BRASIL – Justiça do Rio de Janeiro inicia julgamento de caso de transplantes com HIV envolvendo laboratório PCS Saleme e seis acusados.

A Justiça do Rio de Janeiro iniciou nesta segunda-feira (24) o julgamento do caso que chocou o país no ano passado, envolvendo seis pacientes infectados pelo vírus HIV após terem passado por transplantes de órgãos. Seis pessoas ligadas ao laboratório PCS Saleme estão sendo julgadas, incluindo os sócios Walter Vieira e Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, e os funcionários Ivanilson Fernandes dos Santos, Cleber de Oliveira Santos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis e Adriana Vargas dos Anjos, que ocupava o cargo de coordenadora técnica no laboratório.

As acusações feitas pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), incluem lesão corporal gravíssima, associação criminosa, falsificação de documento particular e falsidade ideológica. Jacqueline Iris Barcellar de Assis é especificamente acusada de ter assinado um laudo fraudulento, contribuindo para a trágica situação enfrentada pelos pacientes.

A audiência de instrução e julgamento está agendada para ocorrer durante a tarde, na 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, região metropolitana do Rio de Janeiro. Testemunhas apresentadas tanto pelo MPRJ quanto pelos advogados de defesa serão ouvidas, assim como os interrogatórios dos réus. A imprensa não terá acesso ao julgamento, que ainda não tem previsão para ser concluído.

O caso que veio à tona em outubro do ano passado revelou a gravidade da situação, com a confirmação da infecção por HIV em seis pacientes que haviam passado por transplantes de órgãos. O laboratório PCS Saleme, contratado pelo governo estadual para realizar exames de sorologia, emitiu laudos fraudulentos que não detectaram a presença do vírus em órgãos de doadores. Após a divulgação do escândalo, o laboratório foi interditado pela Vigilância Sanitária e o contrato com o governo foi rescindido, levando à renúncia da direção da Fundação Saúde.

Cinco pessoas foram presas no decorrer das investigações, mas foram liberadas posteriormente mediante pedidos de habeas corpus. O desfecho desse processo judicial envolvendo um caso tão sensível e impactante será acompanhado de perto pela sociedade e pelas famílias das vítimas, na esperança de que a justiça seja feita e que medidas sejam tomadas para evitar que situações como essa se repitam no futuro.

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