O alerta do líder indígena para a gravidade da situação foi acompanhado de um pedido de auxílio aos órgãos públicos, destacando a necessidade urgente de apoio da Força Nacional, Polícia Federal, juízes e procuradores para evitar uma possível tragédia. A Coordenadoria das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) também se manifestou, reportando a destruição de uma ponte que isolou a aldeia Tekatawa e resultou na evacuação imediata de mulheres, crianças e idosos para uma comunidade vizinha.
A região da TI Apyterewa, antes o território mais desmatado da Amazônia Legal, passou por um processo de desintrusão promovido pelo governo federal em 2023, com o objetivo de devolver a área de 773 mil hectares ao usufruto exclusivo dos parakanã. Esse processo, que contou com a presença de órgãos estatais, contribuiu significativamente para a redução do desmatamento na região, mas não impediu incursões e ataques contra as comunidades indígenas.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) destacou que o recente ataque à aldeia Tekatawa foi o terceiro registrado em menos de três meses, caracterizando represálias dos invasores à reocupação indígena nas áreas desintrusadas. José Cleanton Ribeiro, da coordenação do Cimi Regional Norte 2, ressaltou a urgência de medidas por parte das autoridades para assegurar a proteção dos povos indígenas e garantir seus direitos fundamentais.
O MPF, ciente da situação, encaminhou a denúncia à Polícia Federal para investigação, solicitando que as informações fossem incluídas no inquérito policial em andamento. A apuração dos fatos é crucial para estabelecer responsabilidades e garantir a segurança das comunidades indígenas na região da Terra Indígena Apyterewa, que continuam sob ameaça de invasões e ataques armados.