A pesquisa revelou que entre 2020 e 2021, a taxa de mortalidade por covid-19 na Maré foi significativamente maior do que a observada na cidade do Rio de Janeiro, ficando entre 10 e 16%. Isso evidencia a gravidade da situação enfrentada pela população dessa região e a necessidade de intervenções para conter a propagação do vírus.
De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, as linhagens das variantes Gamma, Delta e Ômicron surgidas na Maré estão associadas a casos não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos, Suíça, Índia, África do Sul, China e outros países. Isso demonstra a importância de compreender a dinâmica dos agentes infecciosos em favelas, que frequentemente apresentam uma prevalência mais alta de doenças infecciosas em comparação com outras áreas urbanas.
O ambiente das favelas oferece condições propícias para que vírus respiratórios se repliquem e sofram mutações, aumentando a transmissão e dispersão do vírus. Portanto, é fundamental priorizar essas comunidades para receber recursos e esforços de saúde pública, visando prevenir futuras epidemias ou pandemias. Melhorar a infraestrutura e os serviços básicos, como água limpa, saneamento e assistência médica, nas favelas é crucial para melhorar a saúde pública e a resiliência em futuras crises.
Estudos demográficos projetam que mais de um terço da população mundial estará morando em favelas até 2050, o que destaca a importância de compreender e intervir na dinâmica dos agentes infecciosos nessas regiões. A pesquisa realizada na Maré evidencia a urgência de ações para proteger a saúde da população dessas áreas e evitar a propagação de novas variantes do coronavírus e de outros patógenos.