Diante de uma plateia formada principalmente por investidores com atuação no setor de infraestrutura, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o ano de 2025 deverá ter recorde de investimentos privados. “Temos hoje o maior pipeline de projetos para infraestrutura rodoviária do planeta, tanto em novos leilões quanto em solução para os leilões passados com contratos defasados. Essas duas carteiras sendo levadas adiante a gente pode, só em rodovias, contratar mais de R$ 300 bilhões para o fortalecimento da infraestrutura nacional”, afirmou o ministro, na abertura do P3C, nesta segunda-feira (24).
A edição deste ano acontece na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), reunindo empresas, entidades públicas e privadas e representantes de governos para debater a construção de parcerias voltadas à melhoria da infraestrutura do país. A conferência conta com mais de 1.270 inscritos, entre profissionais e especialistas do setor.
Até o final de 2025, devem ser realizados 15 leilões de rodovias brasileiras, totalizando R$ 163 bilhões de investimentos previstos e 8,4 mil quilômetros de estradas beneficiadas. Também está prevista uma série de leilões resultantes da otimização de contratos estressados. “Estamos conseguindo resolver junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) contratos em desequilíbrio, que estavam com obras paradas. Estamos otimizando estes contratos, estabelecendo as obras que serão feitas, com novos prazos e novas tarifas a serem pagas para levar as propostas a leilão”, disse o ministro.
Para a sociedade, além de mais segurança na trafegabilidade, as concessões públicas representam mais empregos gerados e desenvolvimento econômico a partir do aumento da competitividade nacional com o incremento da infraestrutura logística.
Ferrovias
Renan Filho ainda comentou sobre as concessões ferroviárias. “Temos uma carteira muito ampla no ambiente de ferrovias e vamos apresentar em breve o novo plano nacional para o desenvolvimento ferroviário do Brasil. Será uma agenda muito robusta que está sendo muito embasada em recursos que estamos reavendo das concessões antecipadas e na garantia de mais investimentos públicos via Ministério dos Transportes.”
Conforme o ministro, dentre as ferrovias que devem entrar no plano nacional estão a Transnordestina, o Anel Ferroviário do Sudeste, a ferrovia Leste-Oeste e a ferrovia Norte-Sul.
Debêntures
Presente ao evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o fortalecimento da agenda das debêntures incentivadas no setor de infraestrutura “está alavancando investimentos no Brasil todo”.
“Foram emitidas mais de R$ 18 bilhões em debêntures incentivadas para rodovias, neste ano de 2024 , graças a mudança feita e defendida pela Fazenda e defendida por nós no Ministério dos Transportes e aprovada no Congresso Nacional”, comentou Renan Filho.
Infraestrutura resiliente
O P3C 2025 ainda discutiu a consolidação de critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) nos transportes, tema que reflete a emergência de princípios da nova política de concessões rodoviárias, elaborada pelo Ministério dos Transportes na atual gestão. O principal deles é a garantia de recursos destinados para investimentos em infraestrutura resiliente.
Desde o ano passado, os novos projetos de concessão estabelecem que pelo menos 1% da receita bruta deverá ser destinado à infraestrutura resiliente, isto é, capaz de se adaptar e enfrentar mudanças impostas por eventos climáticos adversos como tempestades ou secas intensas. Do ponto de vista ambiental, isso representa construções com menos impacto e melhorias no bem-estar humano.