De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os dados da pesquisa revelam um cenário menos otimista no setor varejista diante de um ambiente econômico mais desafiador. O destaque fica para a redução significativa em quase todos os componentes analisados, com maior impacto nas “condições atuais da economia”, que apresentaram quedas de 6,5% na variação mensal e de 18,7% no comparativo anual. O único subíndice que registrou crescimento foi o de “intenções de investimento em estoque”, com um aumento de 0,1% em ambos os cenários.
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, ressaltou a importância de acompanhar de perto essa redução na confiança, já que o otimismo do setor é fundamental para impulsionar os investimentos e promover o crescimento econômico do país. Os diversos segmentos do comércio também foram impactados, com lojas de supermercados, farmácias, e lojas de cosméticos apresentando as maiores retrações, seguidas por roupas, calçados, tecidos, acessórios, e segmentos como eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e decorações, cine/foto/som, materiais de construção e veículos.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destacou que os comerciantes têm sentido os efeitos da alta da Selic, com a perspectiva de novos aumentos. Ele atribui a queda nos setores de maior valor agregado à evolução dos juros. Esses dados refletem um momento desafiador para o setor varejista, que precisa lidar com as incertezas econômicas e a cautela na condução dos negócios nos próximos meses.