Esse resultado foi o melhor já registrado para o mês de janeiro desde que a série histórica começou, em 1997. Em valores nominais, é o maior da série, porém, quando ajustado pela inflação, é o terceiro maior, perdendo apenas para os anos de 2022 e 2023.
O desempenho das contas públicas superou as expectativas do mercado financeiro, que previa um superávit de R$ 83,4 bilhões para o mês de janeiro, de acordo com a pesquisa Prisma Fiscal divulgada mensalmente pelo Ministério da Fazenda.
Esse superávit é importante pois reflete a diferença entre as receitas e os gastos, sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública. A Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece uma meta de déficit primário zero para o Governo Central, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB).
O projeto do Orçamento de 2025, que está previsto para ser votado pelo Congresso em março, estima um leve superávit primário de R$ 3,7 bilhões para o Governo Central. No entanto, essa conta não inclui despesas fora do arcabouço fiscal, como os precatórios, que elevam o déficit para R$ 44,1 bilhões.
Em relação às receitas, houve um aumento na arrecadação de impostos como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto de Renda, impulsionadas pela recuperação econômica e valorização do dólar. As despesas, por outro lado, tiveram como destaque os gastos com Previdência Social e Benefício de Prestação Continuada (BPC), que subiram acima da inflação devido ao aumento no número de beneficiários e à política de valorização do salário mínimo.
Os investimentos em obras públicas e compra de equipamentos também tiveram um aumento significativo em janeiro, totalizando R$ 3,239 bilhões, mostrando um crescimento de 73% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa despesa tem apresentado volatilidade nos últimos meses, devido ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.
Em resumo, o resultado das contas públicas em janeiro foi positivo e superou as expectativas, trazendo um alívio para as finanças do Governo Central e mostrando um cenário mais otimista para a economia do país.