Essa decisão da Ufes segue a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) emitida em março de 2024, que ressalta o período ditatorial como uma restrição de liberdades individuais e coletivas, incluindo violações massivas de direitos humanos, como tortura e assassinatos. O documento do MPF destaca que houve perseguições na Ufes desde 1964, com uma série de violações de direitos humanos que afetaram cerca de 90 pessoas, entre estudantes, funcionários e professores.
O reitor da época, Manoel Xavier Paes Barreto Filho, foi destituído em 1964, e essa violação dos direitos humanos foi organizada pela Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (DOPS). O parecer final do conselheiro Guerrieri, publicado recentemente, reforça a importância de revogar esses títulos, evitando homenagear pessoas que estiveram envolvidas em violações de direitos humanos durante a ditadura militar.
O Conselho Universitário da Ufes encerra o parecer relembrando os recentes perigos à democracia no Brasil, destacando a necessidade de esforços para concretizar a Justiça de Transição, recuperando a memória e reparando os erros cometidos durante os períodos de exceção. Neste contexto, a cassação dos títulos de Doutor Honoris Causa se torna não apenas uma correção histórica, mas também um ato simbólico de resistência contra a violação dos direitos humanos e em defesa da democracia.