BRASIL – Endividamento das famílias recua, mas inadimplência ainda preocupa, aponta pesquisa da CNC. Novas dívidas podem estar sendo contraídas.

No último mês de fevereiro, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicou uma queda no percentual de famílias em inadimplência pelo terceiro mês consecutivo. Este dado evidencia uma leve melhora na situação econômica de algumas famílias brasileiras, que conseguiram equilibrar suas finanças nos últimos meses.

No entanto, apesar da redução na inadimplência, a pesquisa também revelou um aumento no endividamento das famílias após dois meses seguidos de queda. Isso levanta a hipótese de que muitas famílias podem estar optando por contrair novas dívidas, porém com condições e prazos mais favoráveis, como uma estratégia para quitar obrigações antigas.

O estudo apontou que 76,4% das famílias no Brasil estão endividadas, um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior. Já a inadimplência, que considera as dívidas em atraso, registrou uma queda de 0,5 ponto percentual, alcançando 28,6%. Além disso, o percentual de famílias sem condições de pagar as dívidas em atraso também apresentou uma tendência de queda, atingindo 12,3%.

De acordo com o presidente do Sistema CNC, Sesc-Senac, José Roberto Tadros, a redução na taxa média de juros pode estar incentivando as famílias a buscarem novas formas de crédito para quitar suas dívidas. Essa mudança de comportamento dos consumidores em relação ao endividamento pode estar contribuindo para a diminuição do número de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias, que atualmente está em 48,2%.

Por fim, a pesquisa revelou que o endividamento deve continuar em alta ao longo deste ano, com as famílias se sentindo mais confiantes em utilizar o crédito para consumir e quitar suas dívidas. Além disso, a inadimplência tende a diminuir ao longo de 2025, trazendo um cenário mais favorável para a economia doméstica.

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