Os transtornos de ansiedade lideraram os afastamentos em 2024, totalizando 141.414 casos, seguidos por episódios depressivos (113.604) e transtorno depressivo recorrente (52.627). Outras causas incluíram transtorno afetivo bipolar, transtornos decorrentes do uso de drogas, reações ao estresse grave, esquizofrenia, entre outros. O aumento alarmante desses afastamentos ao longo dos anos reflete uma crescente crise de saúde mental no Brasil.
Antonio Virgílio Bittencourt Bastos, professor de psicologia e membro do Conselho Federal de Psicologia, analisa que os indicadores de adoecimento e sofrimento psíquico vão além do ambiente de trabalho. Ele destaca a influência da pandemia de COVID-19 e das mudanças sociais, tecnológicas e econômicas na saúde mental da população. Bastos ressalta a necessidade de suporte contínuo do estado por meio de programas eficazes e sustentáveis, capazes de lidar com as raízes do problema.
A qualidade de vida tornou-se um dos grandes desafios deste milênio, segundo Bastos, diante de um mundo em constante transformação e de práticas arcaicas que persistem no ambiente de trabalho. Ele enfatiza a importância de mudanças profundas nas estruturas organizacionais e nas relações interpessoais, visando uma abordagem mais ampla e efetiva para lidar com a crise de saúde mental.
Diante do cenário preocupante da saúde mental no Brasil, a necessidade de ações mais abrangentes e eficazes se destaca como um caminho urgente para garantir o bem-estar e a qualidade de vida da população. A conscientização e o investimento em políticas públicas de longo prazo se apresentam como medidas essenciais para lidar com essa crise crescente.