BRASIL – Aumento alarmante de afastamentos por questões de saúde mental no Brasil atinge recorde em 2024, aponta Ministério da Previdência.

A saúde mental dos brasileiros vem se tornando uma preocupação cada vez maior, conforme dados divulgados pelo Ministério da Previdência Social. Em 2014, cerca de 203 mil pessoas foram afastadas do trabalho devido a problemas como depressão, ansiedade e estresse. No entanto, esses números aumentaram significativamente ao longo dos anos, chegando a mais de 440 mil afastamentos em 2024, estabelecendo um recorde na série histórica.

Os transtornos de ansiedade lideraram os afastamentos em 2024, totalizando 141.414 casos, seguidos por episódios depressivos (113.604) e transtorno depressivo recorrente (52.627). Outras causas incluíram transtorno afetivo bipolar, transtornos decorrentes do uso de drogas, reações ao estresse grave, esquizofrenia, entre outros. O aumento alarmante desses afastamentos ao longo dos anos reflete uma crescente crise de saúde mental no Brasil.

Antonio Virgílio Bittencourt Bastos, professor de psicologia e membro do Conselho Federal de Psicologia, analisa que os indicadores de adoecimento e sofrimento psíquico vão além do ambiente de trabalho. Ele destaca a influência da pandemia de COVID-19 e das mudanças sociais, tecnológicas e econômicas na saúde mental da população. Bastos ressalta a necessidade de suporte contínuo do estado por meio de programas eficazes e sustentáveis, capazes de lidar com as raízes do problema.

A qualidade de vida tornou-se um dos grandes desafios deste milênio, segundo Bastos, diante de um mundo em constante transformação e de práticas arcaicas que persistem no ambiente de trabalho. Ele enfatiza a importância de mudanças profundas nas estruturas organizacionais e nas relações interpessoais, visando uma abordagem mais ampla e efetiva para lidar com a crise de saúde mental.

Diante do cenário preocupante da saúde mental no Brasil, a necessidade de ações mais abrangentes e eficazes se destaca como um caminho urgente para garantir o bem-estar e a qualidade de vida da população. A conscientização e o investimento em políticas públicas de longo prazo se apresentam como medidas essenciais para lidar com essa crise crescente.

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