De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, o aumento em relação a 2023 foi de quase 67%, demonstrando uma tendência preocupante. Os principais motivos de afastamento em 2024 foram transtornos de ansiedade, seguidos por episódios depressivos e transtorno depressivo recorrente. Outros problemas relatados incluem transtorno afetivo bipolar, transtornos por uso de drogas, reações ao estresse grave, esquizofrenia, transtornos por uso de álcool e drogas, entre outros.
A análise feita por especialistas aponta para uma crescente crise de saúde mental no Brasil, agravada pela pandemia de COVID-19 e pelas mudanças na sociedade global. O professor de psicologia Antonio Virgílio Bittencourt Bastos destaca que vivemos em uma sociedade adoecida, com profundas mudanças que impactam a vida das pessoas.
Segundo Bastos, a revolução tecnológica, a precarização do trabalho, a fragilização de vínculos e a cultura autoritária contribuem para o aumento dos problemas de saúde mental. Manter a qualidade de vida tornou-se um dos grandes desafios deste milênio, e é fundamental que o Estado assegure apoio e suporte por meio de programas eficazes e de longo prazo.
O psicólogo defende mudanças profundas na organização do trabalho e nas relações interpessoais como uma forma de enfrentar as causas raiz desses problemas. A assistência psicológica isolada não é suficiente para resolver a crise na saúde mental, sendo necessário um olhar mais amplo e estrutural.
Diante desse cenário preocupante, é essencial que a sociedade e as autoridades estejam atentas e promovam ações efetivas para garantir a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores. A prevenção, o cuidado e o apoio contínuo são fundamentais para enfrentar essa realidade desafiadora e complexa.