Segundo o parlamentar, a implementação das câmeras corporais limitaria a atuação dos policiais, levantando questionamentos sobre a mensagem que essa medida transmitiria à sociedade. Cabo Bebeto argumentou que se os policiais devem ser monitorados em suas atividades, outros servidores públicos também deveriam ser submetidos a essa mesma vigilância, como os deputados, médicos e auditores fiscais.
Além disso, o deputado questionou se a população estaria preparada para essa mudança e se a presença das câmeras influenciaria negativamente no comportamento dos policiais. Ele expressou preocupação com o impacto que essa medida poderia ter na relação entre os agentes de segurança e os cidadãos, temendo que a presença das câmeras causasse insegurança nos policiais e resultasse no aumento da violência.
Por outro lado, o deputado Francisco Tenório (PP) defendeu a utilização das câmeras corporais como uma forma de coibir abusos e práticas ilegais por parte dos policiais. Ele argumentou que a presença dos dispositivos ajudaria a proteger tanto a sociedade quanto os próprios agentes, garantindo mais transparência e responsabilização.
Tenório ressaltou que a proposta de uso das câmeras não visa prejudicar os policiais corretos, mas sim combater condutas inadequadas que podem manchar a reputação da corporação. Ele enfatizou que os policiais que agem de acordo com a lei não têm motivos para temer o uso das câmeras, pois estas seriam apenas mais uma ferramenta para comprovar sua conduta íntegra.
Diante desses posicionamentos divergentes, o debate sobre a utilização de câmeras corporais por policiais promete continuar em pauta, permeado por questões éticas, legais e de eficácia no combate à violência e à corrupção. A decisão final sobre a implementação desses dispositivos caberá às instâncias competentes, levando em consideração os argumentos apresentados por diferentes atores envolvidos nessa discussão.