O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas do país, manifestou surpresa diante da decisão dos Estados Unidos, porém mantém a esperança de que um diálogo entre os governos dos dois países possa reverter a situação e restabelecer o fluxo de produtos de aço de acordo com o acordo firmado em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump.
De acordo com o Instituto, o acordo estabeleceu cotas de exportação para o mercado norte-americano de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados/placas e 687 mil toneladas de laminados. Essa negociação realizada em 2018 não só atendeu aos interesses do Brasil em manter o acesso ao seu principal mercado externo de aço, como também beneficiou a indústria de aço dos EUA, que depende das placas brasileiras.
A taxação imposta pelos Estados Unidos não afeta apenas a indústria brasileira, mas também a economia do próprio país americano, que necessita importar o produto. A taxação de 25% sobre o aço brasileiro não é benéfica para ambas as partes, segundo avaliação do Instituto Aço Brasil.
Além disso, o mercado brasileiro tem enfrentado um aumento significativo de importações de países que praticam concorrência desleal, com destaque para a China. A balança comercial dos principais itens da cadeia do aço mostra que os Estados Unidos possuem um superávit de US$ 3 bilhões em relação ao Brasil, vendendo mais do que compram.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também está se mobilizando para reverter a decisão dos Estados Unidos. Com os EUA sendo o destino de 54% das exportações de ferro e aço brasileiros, a taxação é prejudicial para ambas as partes. A CNI continua trabalhando para fortalecer as relações comerciais entre os dois países e acredita em alternativas consensuais para preservar esse mercado.