Em termos absolutos, estima-se que a tarifa possa resultar em uma perda de 1,5 bilhão de dólares nas exportações brasileiras, o equivalente a cerca de R$ 8,7 bilhões no câmbio atual, e uma redução de 1,6 milhão de toneladas no volume comercializado de aço e alumínio.
O mercado norte-americano é crucial para o setor, afetando mais de 10% do faturamento das empresas. Especialmente no caso de produtos semiacabados, como placas e lingotes, a dependência é ainda maior, considerando que cerca de 90% das vendas brasileiras para os EUA são desses produtos.
Apesar dos impactos no setor de metais ferrosos, a projeção do Ipea aponta um efeito insignificante no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com uma possível queda de 0,01% e de 0,03% nas exportações totais. O instituto ressalta a importância do diálogo e da negociação como a melhor opção para o Brasil, considerando que o país também possui argumentos favoráveis, como o superávit registrado nas trocas comerciais com os Estados Unidos.
Por outro lado, a possibilidade de retaliação por parte do Brasil contra os EUA é vista com cautela, considerando os impactos que essa medida poderia gerar, principalmente em relação aos produtos importados dos Estados Unidos, como fertilizantes e coque, essenciais para a indústria agrícola e siderúrgica nacional.
Antes da divulgação da nota técnica do Ipea, o Instituto Aço Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) já haviam destacado a importância do diálogo para reverter a decisão dos Estados Unidos. Ainda assim, é necessário avaliar com cuidado os desdobramentos dessa questão e buscar soluções que minimizem os impactos negativos para o setor e a economia brasileira.