BRASIL – Taxação de 25% dos EUA para importação de aço e alumínio pode ter impacto importante no setor de metais ferrosos do Brasil, diz Ipea.

Uma nota técnica divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quarta-feira (12) analisou a taxação de 25% imposta pelos Estados Unidos para a importação de aço e alumínio e apontou possíveis impactos significativos no setor de metais ferrosos no Brasil. De acordo com a nota, a produção poderá sofrer uma queda de 2,19%, as exportações uma contração de 11,27% e as importações uma redução de 1,09%.

Em termos absolutos, estima-se que a tarifa possa resultar em uma perda de 1,5 bilhão de dólares nas exportações brasileiras, o equivalente a cerca de R$ 8,7 bilhões no câmbio atual, e uma redução de 1,6 milhão de toneladas no volume comercializado de aço e alumínio.

O mercado norte-americano é crucial para o setor, afetando mais de 10% do faturamento das empresas. Especialmente no caso de produtos semiacabados, como placas e lingotes, a dependência é ainda maior, considerando que cerca de 90% das vendas brasileiras para os EUA são desses produtos.

Apesar dos impactos no setor de metais ferrosos, a projeção do Ipea aponta um efeito insignificante no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com uma possível queda de 0,01% e de 0,03% nas exportações totais. O instituto ressalta a importância do diálogo e da negociação como a melhor opção para o Brasil, considerando que o país também possui argumentos favoráveis, como o superávit registrado nas trocas comerciais com os Estados Unidos.

Por outro lado, a possibilidade de retaliação por parte do Brasil contra os EUA é vista com cautela, considerando os impactos que essa medida poderia gerar, principalmente em relação aos produtos importados dos Estados Unidos, como fertilizantes e coque, essenciais para a indústria agrícola e siderúrgica nacional.

Antes da divulgação da nota técnica do Ipea, o Instituto Aço Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) já haviam destacado a importância do diálogo para reverter a decisão dos Estados Unidos. Ainda assim, é necessário avaliar com cuidado os desdobramentos dessa questão e buscar soluções que minimizem os impactos negativos para o setor e a economia brasileira.

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