Os dados referentes aos povos livres não são tão facilmente disponíveis como os relacionados aos povos indígenas em geral. Esses grupos evitam a convivência com outras pessoas, sejam elas indígenas ou não, devido a experiências de violência que sofreram. Essas informações foram divulgadas no livro “Povos Indígenas Livres/Isolados na Amazônia e Grande Chaco”, lançado recentemente.
Segundo o antropólogo e docente da UFAM, Lino João de Oliveira Neves, a omissão por parte das autoridades governamentais em identificar e reconhecer esses povos reflete negligência e desinteresse em relação a eles. Neves destaca que a política de negação dos Estados nacionais em relação aos povos livres é violenta e anti-indígena.
O Brasil, juntamente com outros países da América Latina, conseguiu implementar medidas de proteção territorial para povos indígenas, mas nos últimos anos houve um retrocesso nessa política. A dificuldade de levantar dados atualizados sobre os povos livres pode indicar que esses grupos estão conseguindo se manter afastados da influência da sociedade majoritária, preservando seu modo de vida.
O livro lançado serve como um chamado à consciência coletiva e destaca a importância da cooperação entre países para a proteção dos povos livres, que geralmente estão localizados em regiões de fronteira. Além disso, a publicação reconhece a autodeterminação desses grupos, permitindo que eles mantenham seu modo de vida sem interferência externa.
O livro pode ser acessado online e também está disponível para compra em versão impressa, com o valor arrecadado sendo destinado para custear as despesas da publicação. A iniciativa de divulgar informações sobre os povos livres visa sensibilizar a sociedade e os governos para a importância de proteger esses grupos vulneráveis e respeitar sua autonomia e modo de vida tradicional.