Durante seu discurso de posse, o ex-presidente ressaltou a ligação histórica entre os dois países, mencionando que o Uruguai foi província do Rio de La Plata e depois do Império brasileiro, até finalmente jurar sua própria constituição em 1830. Além disso, Sanguinetti fez questão de mencionar a importância de figuras brasileiras como o Barão do Rio Branco e o Barão de Mauá para a história uruguaia.
Em um momento emocionante, Sanguinetti relembrou sua amizade com o ex-presidente brasileiro José Sarney e os momentos difíceis que viveram juntos durante a transição democrática no Brasil após a morte de Tancredo Neves. Sarney, que também é membro da ABL, recordou o encontro dos dois ex-presidentes há 40 anos, durante um momento crucial para a democracia brasileira.
O presidente da ABL, Merval Pereira, destacou a relevância da posse de Sanguinetti, que coincide com os 40 anos da redemocratização do Brasil. Sanguinetti foi eleito para ocupar a cadeira número 8, cujo patrono é Sebastião da Rocha Pitta, autor de uma importante história sobre a América Portuguesa no início do século XVIII. O primeiro ocupante da cadeira foi o norte-americano John Fisker, conhecido por seu estudo sobre a descoberta do Brasil.
A posse de Júlio Maria Sanguinetti na Academia Brasileira de Letras representa não apenas um reconhecimento de sua contribuição para a literatura e a cultura, mas também fortalece os laços históricos e culturais entre Uruguai e Brasil.