O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebrado em 21 de março, remete ao trágico “Massacre de Sharpeville”, na África do Sul, sob o regime do Apartheid. O evento de 1960, que resultou na morte de 69 pessoas e 186 feridos durante uma manifestação contra a Lei do Passe, serviu de inspiração para ações de resistência antirracista em todo o mundo.
No Brasil, a data também marca a campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”, que visa promover ações contundentes de combate ao racismo e todas as formas de opressão. Diversas atividades foram realizadas em diferentes estados do país, além de contar com a participação de entidades internacionais.
Na Pequena África, a visita guiada teve início no Cais do Valongo, principal porto de chegada de escravizados às Américas entre 1811 e 1831, e encerrou-se no Largo de São Francisco da Prainha, que abrigou um mercado de escravizados no século 19. O evento proporcionou uma reflexão sobre os locais de memória e a história narrada a partir de perspectivas não hegemônicas, ressaltando o papel fundamental da cultura africana e afro-brasileira na construção do país.
Em São Paulo, a mobilização reuniu cerca de 200 pessoas que protestaram contra a violência policial. A manifestação organizada pela Frente Povo Negro Vivo teve como foco a denúncia das ações violentas da polícia que atingem a população negra, especialmente moradores das periferias. O ato também destacou a necessidade de se discutir e combater a discriminação racial em todas as esferas da sociedade.
Dessa forma, a ocupação da Pequena África e os atos realizados em diferentes cidades reafirmam a importância de se manter a luta antirracista viva e atuante, assim como resgatar e valorizar a história e a cultura afrodescendente no Brasil. A união de ativistas e a ampliação do debate sobre racismo contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.