De acordo com informações do Ministério Público do Trabalho (MPT), os indígenas estavam sem registro em carteira de trabalho, não passaram por exames médicos admissionais e estavam desprovidos de equipamentos de proteção individual (EPI). Além disso, a alimentação era escassa, com os trabalhadores se alimentando apenas de arroz, e a água disponível para consumo era a mesma fornecida aos animais.
Os relatos dos resgatados indicam que a jornada de trabalho era exaustiva, com os trabalhadores se deslocando diariamente para diferentes propriedades rurais, sem acesso a banheiros e áreas de descanso. O alojamento oferecido era inadequado, com os indígenas sendo obrigados a dormir em varandas, corredores e até mesmo na cozinha, expostos ao frio e à chuva.
A empresa responsável por contratar os indígenas, sediada em Mato Grosso do Sul, presta serviços para um grande frigorífico do interior paulista. Após a intervenção da força-tarefa, foram firmados termos de ajuste de conduta (TAC) com a empresa empregadora e o frigorífico, garantindo o pagamento das verbas trabalhistas devidas e o cumprimento de obrigações legais para garantir a dignidade e segurança dos trabalhadores.
Além disso, o Ministério Público está investigando a suspeita de tráfico de pessoas, levando em consideração depoimentos que indicam que lideranças indígenas podem ter recebido vantagens financeiras pela exploração dos trabalhadores em condições degradantes. A situação chocante dos indígenas resgatados reflete a necessidade urgente de combater o trabalho escravo e garantir condições dignas de trabalho para todos os brasileiros.