VIOLÊNCIA – Em São Paulo, advogado Fábio Freitas Tenório é acusado de tentar violentar a própria esposa

Segundo boletim de ocorrência, homem imobilizou a vítima e a agrediu durante a madrugada

A Polícia Civil de São Paulo investiga o advogado Fábio Freitas Tenório por uma série de crimes praticados contra sua ex-esposa, a também advogada Tarciane Flávia Bastos Tenório, no contexto de violência doméstica. O caso foi registrado na 06ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), em Santo Amaro, Zona Sul da capital.Segundo o boletim de ocorrência, os episódios de agressão física, violência psicológica, ameaça e injúria teriam se intensificado após o fim do casamento de 19 anos. O casal tem duas filhas, uma delas com apenas dois anos de idade.

De acordo com o relato da vítima à polícia, o relacionamento já estava marcado por controle, manipulação e humilhações. Fábio Freitas Tenório teria impedido Tarciane de frequentar o escritório onde ambos trabalhavam, chegando a cancelar o acesso digital da ex-esposa e a dar ordens à portaria para que ela não pudesse subir ao local. A situação piorou em dezembro de 2024, quando o acusado tentou se reaproximar da ex-companheira. Com a negativa, passou a apresentar comportamento agressivo. Em 2 de fevereiro deste ano, após uma discussão por causa de uma mensagem enviada por uma amiga em comum, Fábio Freitas Tenório teria imobilizado Tarciane pelo pescoço, levantando-a contra a parede e provocando nela sensação de sufocamento e desmaio. A vítima apresentou fotos das lesões à polícia.

No mesmo dia, já durante a madrugada, Fábio Freitas Tenório teria invadido o quarto da vítima sem roupas e tentado forçar relações sexuais. Segundo o depoimento, ele tentou arrancar as roupas da ex-mulher, forçá-la ao sexo oral e à conjunção carnal, agredindo-a fisicamente quando ela resistiu. A vítima afirmou ter perdido temporariamente a visão por dois dias após ter o rosto e os olhos pressionados com violência.

Ainda segundo o boletim, o agressor arrancou o celular das mãos da vítima, causando-lhe um corte, e atirou o aparelho pela janela. Dias depois, Tarciane relata que Fábio Freitas Tenório participou de uma festa como se nada tivesse ocorrido, mesmo com a vítima ainda abalada pelas agressões.A advogada afirma que, durante o relacionamento, o ex-marido bloqueava seus cartões bancários como forma de retaliação e controle emocional, incluindo um episódio recente em que teve seu cartão bloqueado após anunciar que denunciaria as agressões à polícia.

O caso foi registrado como lesão corporal, ameaça, injúria e violência psicológica contra a mulher, todos crimes consumados. O inquérito policial será instaurado e a vítima foi orientada a comparecer ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exame de corpo de delito. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do acusado até o momento.

VEREADORA POR CURITIBA

Delegada a propõe banco de dados público para mulheres condenadas por falsas denúncias de violência doméstica

Tathiana Guzella diz que Lei Maria da Penha tem sido usada por algumas mulheres como instrumento de vingança

A vereadora de Curitiba e delegada de polícia Tathiana Guzella defende a criação de um banco de dados público com nomes de mulheres condenadas por denunciação caluniosa em casos de violência doméstica. A proposta, segundo ela, tem o objetivo de proteger homens de falsas acusações e, ao mesmo tempo, preservar a credibilidade da Lei Maria da Penha.

“Esse projeto visa valorizar as vítimas reais de violência doméstica e impedir que a lei, tão importante, seja banalizada por quem a utiliza como ferramenta de vingança, disputa por guarda de filhos ou interesses patrimoniais”, afirma Guzella. Segundo ela, muitos homens enfrentam acusações infundadas, são afastados de seus filhos e têm a reputação destruída antes mesmo de qualquer comprovação.

A advogada, que atua na defesa de homens vítimas de falsas denúncias e alienação parental, argumenta que o sistema jurídico ainda trata os homens como culpados por padrão. “Um pai afastado do filho, um homem acusado injustamente, precisa ser ouvido, acolhido e defendido com coragem. Por isso, é essencial uma defesa técnica, estratégica e experiente”, diz.

Ela também critica o uso indevido da Lei Maria da Penha. “Mulheres que mentem sobre agressões, sabendo que seus ex-companheiros são inocentes, prejudicam não só esses homens, mas todas as vítimas reais de violência. Quando uma mulher faz uma falsa denúncia, ela enfraquece a causa de todas as outras que realmente sofrem”, afirma.

O projeto de lei proposto pela vereadora ainda deverá ser debatido e, caso avance, poderá gerar reações tanto de apoio quanto de críticas. “Sei que muita gente vai me criticar, dizendo que sou contra as mulheres. Mas é justamente o contrário: quero proteger quem realmente precisa da lei, e não permitir que ela seja usada como arma injusta.”

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