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DESCASO – Empresários de Maceió nas bordas das áreas de risco enfrentam falência e abandono por falta de indenização

Comerciantes do bairro do Pinheiro enfrentam prejuízos irreparáveis devido à mineração, enquanto esperam por uma reparação justa

A área do bairro do Pinheiro, marcada pelas rachaduras no solo devido à mineração, está com seus comerciantes e empreendedores à beira da falência. A migração em massa de moradores, que antes eram os principais clientes dos negócios locais, resultou em queda drástica nas receitas e, para muitos, o fechamento de portas.

Entre os mais atingidos está o empresário Wellington Wanderley, que, após 27 anos à frente de um posto de gasolina, viu sua fonte de renda ser dizimada. “De sete anos pra cá, eu adquiri depressão, crise de pânico, fico me tremendo, o coração disparado. Como vou pagar as contas? Perdi mais da metade do meu faturamento”, desabafa Wellington, que ainda não recebeu qualquer indenização, já que seu estabelecimento não está localizado na área de risco geológico.

A situação é mais grave para os empresários que estão dentro do perímetro delimitado como de risco. De acordo com a Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração, mais de 6 mil negócios dentro da área foram severamente afetados, além de outros 2 mil em regiões vizinhas. Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração, revela que muitos dos empresários afetados ainda não receberam os pagamentos devidos. “Entre o momento em que tivemos que fechar e o recebimento da indenização, passaram-se mais de quatro anos. Como negociar sem renda, sem negócios e sem apoio do poder público?”, questiona Sampaio.

A associação também denuncia que, mesmo os empresários que conseguiram ser indenizados, sentem-se prejudicados. Os cálculos das compensações foram malfeitos e os critérios para o pagamento, injustos. “Fui forçado a fechar 13 empresas no Pinheiro e, até hoje, não concordo com o valor que recebi. A indenização foi uma fraude”, critica Sampaio, que busca agora, junto a outros 6 mil empresários, uma reparação mais justa pelos danos morais e financeiros.

A defensoria pública do Estado está envolvida na busca por uma solução para os casos que ainda aguardam compensação, bem como para aqueles que receberam valores abaixo do esperado. “Há casos absurdos, como o de empreendedores que tiveram que fechar seus negócios, mas não receberam nem os lucros cessantes nem a indenização devida aos trabalhadores”, aponta Ricardo Melro, defensor público. Uma audiência pública está marcada para a próxima semana, com o intuito de discutir ações civis públicas para reverter acordos injustos e buscar indenização para os negócios afetados no entorno da área de risco.

 

Enquanto a luta pelos direitos de empresários continua, a sensação de abandono e injustiça só cresce. “Precisamos que a justiça reconheça que fomos reparados de forma inadequada e que nossos danos são reais”, conclui Alexandre Sampaio, com a esperança de que a mobilização traga finalmente a compensação que todos os afetados merecem.

 

 

 

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