Em dezembro de 2019, a operação Dama da Lâmpada, deflagrada pela Polícia Federal, escancarou um sofisticado esquema de R$ 30 milhões em fraudes, desvios de recursos e corrupção na prestação de serviços de órtese, prótese e materiais especiais na Secretaria de Saúde de Alagoas. Entre os presos envolvidos estavam a filha e o genro do então vice-governador e hoje prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (MDB), Lívia Barbosa de Almeida Margallo e Pedro Silva. Lívia e Pedro foram apontados como líderes do esquema criminoso.
Três anos depois, surgem documentos que apontam para uma série de repasses similares ao descoberto pela PF e realizados pela gestão de Barbosa para empresa de propriedade de Lívia e seu marido, a Ortopedia & Buco Maxilo LTDA. Os documentos obtidos por um grupo de vereadores de Arapiraca mostram que a série de pagamentos de Barbosa para a empresa da filha e do genro começaram em 2021, poucos meses depois de ser empossado como prefeito da capital do Agreste.
O primeiro repasse foi de R$ 11 mil, seguindo por outros até chegar ao valor de R$ 101 mil por mês. Ao total, desde que foi eleito prefeito, Luciano Barbosa pagou a empresa da filha e do genro mais de R$ 500 mil. As notas de empenho e de repasse dos pagamentos foram obtidas pelos parlamentares após uma intensa busca no portal da transparência e por força da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Diante dos documentos e do farto conjunto de extratos, os vereadores vão protocolar na Polícia Federal (PF) um pedido para que as autoridades investiguem os pagamentos. Os parlamentares também vão solicitar na Justiça a suspensão imediata do vínculo para evitar que haja prejuízo ao erário.
“Há uma série de situações a serem explicadas. Os serviços são executados? Por que a empresa da filha e do genro recebe da prefeitura? Não há outra em Alagoas? O esquema que foi descoberto pela PF acontece em Arapiraca? Tudo, como sempre, é mal explicado na gestão de Barbosa. Acreditamos nas autoridades para trazer luz sobre todos esses questionamentos. Não vamos permitir que o criminoso retorne à cena do crime impunimente. Há um claro conflito entre o que foi descoberto e o que a lei diz. Ao que parece, a PF vai precisar agir novamente”, destacaram os vereadores.
OPERAÇÃO DAMA DA LÂMPADA
Conforme a investigação, o esquema ocorria a partir de contratos fraudulentos que envolviam a empresa LP, da filha do então vice-governador Luciano Barbosa e o Instituto de Ortopedia de Alagoas (IORTAL), responsável pelo fornecimento de próteses e órteses aos maiores hospitais de Alagoas. Constatou-se, na investigação, que a empresa da filha de Barbosa recebia valores milionários sem executar os serviços.
DOCUMENTAÇÃO
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