O sócio da 123Milhas também se desculpou com os consumidores que foram lesados com a suspensão da emissão de passagens pela empresa. “Ao contrário do que prevíamos, o mercado tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada. Isso abalou os fundamentos, não só do Promo, mas de toda 123Milhas. Não há como não nos desculparmos novamente com todos aqueles que foram prejudicados por um modelo de negócio ou uma linha de negócio que se mostrou equivocada”, afirmou Madureira.
Ele também revelou que a linha Promo correspondia a 15% das operações da empresa. Apesar da situação difícil, Madureira acredita na permanência da empresa no mercado, mesmo estando em processo de recuperação judicial. Ele ressaltou que a 123Milhas continuará operando para garantir o ressarcimento aos clientes prejudicados. Aqueles que compraram passagens para 2024 serão incluídos no plano de recuperação.
No entanto, a empresa terá que apresentar um plano de recuperação em até 60 dias. Estima-se que as dívidas acumuladas pela 123Milhas ultrapassem a marca de R$ 2,3 bilhões. No dia 18 de agosto, a empresa anunciou a suspensão da emissão de passagens para embarques programados entre setembro e dezembro deste ano. Doze dias depois, a empresa protocolou um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG), após enfrentar ações judiciais individuais e uma ação civil pública.
Ramiro Madureira compareceu ao depoimento somente depois de duas convocações, sendo que o presidente da CPI chegou a solicitar a condução coercitiva de toda a diretoria da empresa. Nas ocasiões anteriores, os donos da 123Milhas afirmaram não terem sido intimados e alegaram conflito de agenda. Agora, a empresa terá que apresentar um plano sólido de recuperação para tentar reverter a situação financeira delicada em que se encontra.