A organizadora do evento, Simone Homem de Mello, tradutora literária e poeta, destaca a importância do tema: “Todas as culturas sempre lidaram com essa questão. A gente pode falar tanto de astronomia quanto de morada dos deuses. Como que cada um vê o céu? Há o entendimento ocidental de astronomia e há o conhecimento das diversas etnias brasileiras indígenas, por exemplo, sobre o céu”.
O Transfusão acontecerá na Casa Guilherme de Almeida, localizada na zona oeste de São Paulo. O nome do local é uma homenagem ao poeta, ensaísta e tradutor brasileiro Guilherme de Almeida, que utilizava o termo “transfusão” para definir o processo de tradução. Segundo Simone, Guilherme de Almeida tinha uma visão avançada e moderna sobre a tradução, acreditando que era necessário realizar uma transfusão do sangue do texto para que ele ganhasse vida.
Uma das principais atividades do evento será um debate que ocorrerá no sábado (16), com a participação do coletivo indígena Tenonderã Ayvu e Geraldo Karaí Moreira, uma das lideranças dos guarani. Nesse debate, será apresentada a visão dos corpos celestes pelos olhos dos guarani mbya, um dos grupos indígenas presentes no Sudeste e Sul do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Também haverá contação de histórias sobre os irmãos Kuaray (Sol) e Jaxy (Lua), além de gravuras relacionadas à visão do céu praticada por esse povo.
Para participar das mesas-redondas do evento, é necessário se inscrever no site da instituição. O museu Casa Guilherme de Almeida é gerenciado pelo Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura (Poiesis) e pertence à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do estado de São Paulo.