As fotos geradas diariamente permitiram mapear os alagamentos em áreas rurais e urbanas, fornecendo informações para o governo local tomar decisões estratégicas e emergenciais. Além disso, as imagens também têm auxiliado na avaliação da evolução da situação nessas áreas e na orientação dos esforços de reconstrução.
Segundo o governo do Rio Grande do Sul, as chuvas intensas resultaram em enchentes e estragos, ocasionando a morte de 48 pessoas até o domingo (17). Ainda há nove pessoas desaparecidas, 3.130 resgatadas e mais de 5 mil desabrigados ou desalojados. Ao todo, foram afetados 359.641 cidadãos e pelo menos 943 pessoas ficaram feridas.
As imagens utilizadas no monitoramento foram cedidas pelo programa da Polícia Federal em parceria com a Planet, empresa estadunidense responsável pela constelação de satélites. A plataforma SCCON recebe as imagens, organiza e analisa os dados, gerando os alertas necessários. Atualmente, mais de 300 instituições governamentais estão cadastradas no programa, com cerca de 43 mil usuários, incluindo órgãos como Ibama, ICMBio, polícias militares, entre outros.
A CEO da SCCON, Iara Musse, explicou que o programa conta com 180 satélites posicionados a mais de 550 quilômetros da Terra, com sensores capazes de captar imagens em alta resolução. Com essa quantidade de satélites, é possível obter imagens da superfície terrestre diariamente. Segundo Vinícius Rissoli, diretor comercial da SCCON Geospatial, essas imagens têm sido úteis para o governo do Rio Grande do Sul identificar as áreas afetadas pelas enchentes, tanto em regiões rurais como urbanas, auxiliando na tomada de decisões estratégicas.
Procurado para comentar o uso das imagens, o governo do Rio Grande do Sul não respondeu. No entanto, a utilização desse tipo de tecnologia no monitoramento de desastres naturais tem mostrado sua eficácia, fornecendo informações valiosas que ajudam na resposta emergencial e na reconstrução das áreas atingidas. Com a continuidade do programa de monitoramento e a aprimoração das tecnologias utilizadas, espera-se que seja possível prevenir e mitigar os danos causados por eventos climáticos extremos.