Nascido em Jundiaí, São Paulo, em 1931, Vieira começou a se envolver com atividades teatrais nos anos 1960. Em 1969, um texto de sua autoria intitulado “O Evangelho Segundo Zebedeu” marcou o início das atividades do grupo União e Olho Vivo, que tinha a direção de Silnei Siqueira e estava ligado ao Centro Acadêmico 11 de Agosto do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP).
Ao longo de sua carreira, César Vieira recebeu diversos prêmios e reconhecimentos. Com a peça “O Evangelho Segundo Zebedeu”, ele foi agraciado com o Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como melhor autor nacional. Além disso, ele também recebeu o Prêmio Dramaturgia Funarte-MinC por “Os Juãos” e “Magalís – Uma Chegança de Marujos”, ambos de 1996, e os Prêmios Mambembe e Flávio Rangel/MinC por “Brasil Quinhentão!??”, de 1998. Entre os livros publicados por Vieira, destacam-se “Em Busca de um Teatro Popular”, “João Cândido do Brasil: a Revolta da Chibata e Bumba” e “Meu Queixada”.
Além de suas contribuições para o teatro, César Vieira também teve um papel importante na defesa dos direitos humanos. Durante a ditadura militar no Brasil, ele atuou como advogado de presos políticos e acabou sendo vítima da repressão do regime. Vieira foi preso e torturado no Departamento de Operações de Informação-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo, comandado na época pelo major Carlos Alberto Brilhante Ustra.
A morte de César Vieira foi lamentada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou a intensidade e paixão com as quais o dramaturgo viveu sua vida. Nas redes sociais, Lula escreveu: “Juntando política e cultura, viveu de forma intensa e apaixonada. Soube com tristeza da partida de nosso companheiro. Meus sentimentos aos familiares e amigos de Idibal Pivetta”, fazendo referência ao nome de batismo do artista.
O velório de César Vieira está sendo realizado na sede do Teatro Popular União e Olho Vivo, localizada no bairro Bom Retiro, em São Paulo, e ocorre até as 16h desta terça-feira (23). O legado deixado pelo diretor de teatro certamente perdurará e continuará a influenciar as gerações futuras.