Segundo Caê Lavor, diretor de Ensino Médio e Avaliações do SAS Plataforma de Educação, a prova deste ano foi mais interpretativa e menos conteudista. Ele avaliou que a cobrança de questões com contexto e relação com o cotidiano dos alunos tornou o exame mais fácil em comparação aos anos anteriores, apesar de não ter sido uma tarefa simples. Para Lavor, nos últimos três anos o Enem havia se tornado mais conteudista e menos interpretativo, cobrando dos alunos a memorização de fórmulas, conhecimento profundo de disciplinas e temas específicos, e a familiaridade com exceções de regras específicas.
Vinícius Carvalho de Paula, professor de química do colégio Mopi, compartilhou a mesma percepção, afirmando que a prova priorizou a interpretação em detrimento do conteúdo particular das disciplinas. Ele destacou a menor quantidade de questões que exigiam cálculos e ressaltou a importância da calma e leitura atenta para obter um bom desempenho.
No entanto, as opiniões se divergem quando se trata da tendência do exame. Enquanto Caê Lavor acredita que houve uma mudança neste ano em relação aos últimos três anos, retomando a tradição do Enem como uma prova mais interpretativa, Lucas Borguezan, professor de matemática do Curso Enem Gratuito, avaliou que o Enem manteve a tendência de se tornar mais conteudista, apesar de ter percebido a prova de matemática mais fácil neste ano. Ele destacou a boa formulação das questões, mas afirmou que o exame está caminhando para ser cada vez mais conteudista, como uma tendência.
Em resumo, a percepção dos professores sobre a prova do Enem de 2023 destaca a importância da interpretação, do contexto e das habilidades socioemocionais, sem desconsiderar a base técnica necessária para a resolução de problemas. Ainda que as opiniões sejam divergentes, todas convergem para a importância de um preparo completo e habilidades diversas dos estudantes que buscam ingressar no ensino superior.
