De acordo com a associação, houve uma aceleração na retirada de invasores da TI Yanomami ao longo do ano. No entanto, a morosidade na remoção dos garimpeiros nas regiões mais isoladas do território tem exposto as comunidades à violência de criminosos, incluindo os indígenas isolados, como o grupo Moxihatëtä. A entidade expressou preocupação com a falta de controle do espaço aéreo.
Os Yanomami criticaram o processo de desintrusão feito pelo governo federal, apontando problemas como a volta de invasores a certas regiões do território e a qualidade do atendimento na área de saúde. Eles afirmam que os invasores muitas vezes intimidam as equipes de saúde e inibem os indígenas de receber cuidados. Além disso, pedem que o governo reforce os serviços de educação e a distribuição de alimentos.
Em setembro, a Urihi já havia denunciado o cerco feito por garimpeiros contra crianças Yanomami na comunidade de Haxiú, onde os criminosos estavam armados e mantiveram as crianças amarradas.
A TI Yanomami é uma das mais afetadas pelo avanço do garimpo, causando impactos significativos no modo de vida dos indígenas, limitando fontes de alimento e água, prejudicando sua saúde devido ao uso de mercúrio, que causa problemas no organismo de animais e humanos, e resultando em degradação ambiental.
A persistência de obstáculos após a força-tarefa do governo federal foi tema de um relatório publicado em agosto deste ano, intitulado “Yamaki ni ohotai xoa!” (nós ainda estamos sofrendo, em português). A Agência Brasil procurou o Ministério dos Povos Indígenas e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para obter posicionamento sobre o episódio relatado pela Urihi e aguarda retorno.