Ramos ressaltou que é possível utilizar estratégias de inteligência, investigação e planejamento de longo prazo para combater a criminalidade, ao invés de operações espetaculares que resultam em confrontos armados e mortes. Ela destacou a importância de identificar e interromper o fluxo de armas, drogas e munições nos territórios afetados, buscando as fontes de abastecimento ilegal em vez de focar apenas na ponta final, onde ocorrem as mortes.
A pesquisadora também criticou a abordagem das polícias, ressaltando a preferência por operações de confronto em vez de investir em operações de inteligência. Além disso, ela destacou os contrastes na abordagem policial, evidenciando que as políticas de segurança atuam de forma violenta, letal e racista em áreas pobres e populares da periferia, enquanto agem de maneira diferente em áreas ricas, abastadas e brancas.
Segundo Ramos, é necessário repensar as políticas de segurança e priorizar abordagens que visem à prevenção de mortes e à redução da violência, evitando o confronto e investindo em estratégias mais eficazes e menos letais. Ela ressaltou que é preciso agir para reverter a situação atual, em que a população negra e pobre é a mais afetada pela violência policial, e buscar uma abordagem mais equilibrada e justa em todas as áreas, independente da condição socioeconômica e étnica da população.