Pacheco ressaltou que antes de pautar o veto, ouvirá as propostas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para reduzir os impactos do fim da desoneração nas empresas. O presidente do Senado lembrou ainda que o último veto à desoneração da folha de pagamento no governo anterior foi derrubado no Congresso. De acordo com Pacheco, o sentimento do Congresso é que a desoneração da folha é positiva para o país.
Apesar das discussões em torno do veto, Pacheco assegurou que as votações das medidas econômicas de interesse do governo seguirão como previsto. Ele destacou que projetos de taxação dos fundos exclusivos para super-ricos, dos fundos offshore e a taxação dos jogos online serão votados para sustentar o regime fiscal do país. Além disso, a possibilidade de derrubada do veto ao projeto é real, uma vez que foi aprovado por ampla maioria na Câmara e no Senado.
O líder do bloco que une os partidos PP e Republicanos no Senado, Ciro Nogueira (PP-PI), criticou o veto e demonstrou confiança na derrubada do veto pelo Congresso. A Agência Brasil procurou as lideranças do governo na Câmara e no Senado para comentar a estratégia para evitar a derrubada do veto, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
Quanto à posição do governo, este argumentou que a proposta é inconstitucional, pois reduz a receita da Previdência Social sem demonstrar o impacto financeiro orçamentário, nem indicar a compensação dessas perdas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse não acreditar que o fim dos incentivos provoque uma onda de demissões. Segundo ele, a política de benefícios fiscais adotada há 10 anos não está trazendo benefícios para a economia brasileira.
O projeto prorrogava até 2027 a contribuição para a Previdência Social de setores intensivos em mão de obra entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. Com o veto presidencial, a medida perde a validade em dezembro deste ano. Os setores beneficiados com a desoneração da folha são confecção e vestuário, calçados, construção civil, call center, comunicação, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçarias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação (TI), tecnologia de comunicação (TIC), projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.