O evento, que reúne cerca de 400 convidados, incluindo especialistas e representantes de governo de dezenas de países, tem como tema “O potencial e as soluções de África para enfrentar os desafios de segurança e a instabilidade institucional”. Nesse contexto, Sall enfatizou a importância de uma governança global justa e equitativa, contribuindo para um continente capaz de solucionar seus próprios desafios por meio de seus recursos.
O discurso do presidente senegalês está alinhado com a posição do governo brasileiro, que também tem defendido mudanças na governança mundial. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma visita à África, afirmou que a ONU já não representa mais a mesma inspiração para a qual foi criada, apelando por mudanças significativas no Conselho de Segurança da ONU. A inclusão permanente de representantes da América do Sul, África, Índia e Japão no Conselho de Segurança tem sido uma reivindicação constante dessas regiões.
Além disso, durante o Fórum Internacional de Dakar, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, destacou a importância de uma visão global prospectiva da geopolítica africana e planetária para encontrar soluções aos desafios econômicos e de segurança.
No contexto da África Ocidental, a ameaça terrorista é uma das maiores preocupações, com grupos extremistas como Estado Islâmico e Al-Qaeda sendo responsáveis por uma série de ataques violentos em países como Burkina Faso e Mali. De acordo com o relatório do Índice Global de Terrorismo, Mali e Burkina Faso responderam por mais de 73% do terrorismo na região do Sahel em 2022, com um aumento significativo nas mortes relacionadas ao terrorismo nesses países.
A violência em Burkina Faso também se espalhou para países vizinhos, como Togo e Benin. Entre os dez países com pior pontuação no ranking de terrorismo, cinco estão na África. Diante desse cenário, a reforma nos organismos multilaterais das Nações Unidas é vista como uma medida crucial para garantir a segurança e o desenvolvimento sustentável na região.
O posicionamento dos governos da África Ocidental e a sua busca por uma reforma na governança global refletem a necessidade de uma abordagem mais justa e equitativa para abordar os desafios regionais e globais, promovendo a segurança e o desenvolvimento sustentável.