BRASIL – Presidente do Banco Central destaca potencial da inteligência artificial no combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo

A inteligência artificial (IA) tem se mostrado uma ferramenta de grande potencial no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, segundo declarou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em um seminário que celebrou os 25 anos da lei de combate a esse tipo de crime. De acordo com o presidente, a IA traz tanto desafios quanto oportunidades nesse contexto.

Durante a cerimônia promovida pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Campos Neto ressaltou a importância da utilização da inteligência artificial como uma ferramenta auxiliar no combate à lavagem de dinheiro, mas também alertou para os desafios que a tecnologia pode trazer, uma vez que também pode ser utilizada para operações ilícitas.

O presidente do BC enfatizou o avanço do Brasil no rastreamento da origem de recursos ilegais, destacando que o país tem se aperfeiçoado no uso de novas tecnologias que têm o potencial de elevar a rastreabilidade das operações e tornar o combate e a prevenção dessas atividades ilícitas ainda mais efetivos.

Campos Neto também fez um balanço sobre os avanços do Brasil no combate à lavagem de dinheiro e ao repasse de dinheiro ao terrorismo, citando o alinhamento do país a diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Grupo de Ação Financeira da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Ao longo de seu discurso, o presidente do BC reafirmou o compromisso do Brasil em reprimir os crimes financeiros e destacou a colaboração contínua do Banco Central com os órgãos de controle. Ele ressaltou que essa cooperação tem gerado muitos bons resultados, contribuindo para viabilizar importantes operações conduzidas pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e demais órgãos de controle. Desde a entrada em vigor da lei, o Banco Central fez 33 milhões de comunicações ao Coaf, sendo 5,5 milhões apenas no ano passado.

O Coaf, que monitora operações financeiras suspeitas, foi transferido para o Banco Central em 2019, no governo anterior, após historicamente ser vinculado ao Ministério da Fazenda. O órgão é responsável por receber dados de transações acima de R$ 10 mil por pessoas físicas e empresas, além de informar saques ou depósitos em espécie a partir de R$ 100 mil, mesmo sem suspeita sobre o dinheiro.

Diante desse cenário, a utilização da inteligência artificial mostra-se como uma ferramenta cada vez mais importante e promissora no combate a crimes financeiros, ao mesmo tempo em que desafia as autoridades a acompanhar e se adaptar às novas tecnologias.

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