BRASIL – ANP arrecada R$ 421,7 milhões com leilão de 33 setores exploratórios de petróleo; Petrobras foi uma das principais vencedoras e arrematou 29 blocos.

Na quarta-feira, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou um leilão de 33 setores com blocos exploratórios de petróleo em diversas bacias sedimentares do Brasil. A arrecadação total foi de R$ 421,7 milhões, atingindo um ágio de 179,69% em relação ao valor mínimo estabelecido para as áreas exploratórias. O montante se refere aos bônus de assinaturas dos lances vencedores, que também se comprometeram com R$ 2,01 bilhões em investimentos na fase de exploração.

As áreas leiloadas fazem parte do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e estão localizadas nas bacias de Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Pelotas, Potiguar, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas e Tucano. A Petrobras se destacou como uma das maiores vencedoras, arrematando 29 blocos na Bacia de Pelotas, na Região Sul. A estatal optou por participar por meio de consórcios, firmou uma parceria com a Shell, que deteve 30% dos lances vencedores, e também incluiu a chinesa CNOOC em outros três consórcios.

Por outro lado, a Chevron Brasil também fez uma boa participação no leilão, arrematando 15 blocos na Bacia de Pelotas. Além das empresas tradicionais do setor de petróleo, o leilão teve uma surpresa com a participação da Elysian, uma empresa novata criada especialmente para participar do certame. A empresa arrematou mais de 100 blocos nas bacias de Potigar, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas, comprometendo-se com cerca de R$ 12 milhões em bônus de assinaruta.

O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, confirmou que a Elysian estava apta para participar da concorrência e justificou a escolha da realização do leilão em meio à busca global por fontes de energia sustentáveis, argumentando que a dependência do petróleo e gás não será eliminada em um futuro próximo.

Apesar da realização bem-sucedida do leilão, o evento enfrentou oposição de grupos da sociedade civil ligados a questões ambientais, que alegam que os blocos ofertados pela ANP ameaçavam territórios quilombolas, indígenas e unidades de conservação. No entanto, o diretor da ANP enfatizou que a indústria do petróleo contribui para a arrecadação de recursos essenciais para a execução de políticas públicas e para financiar a própria transição energética, justificando a realização do leilão como uma maneira de impulsionar a economia e a arrecadação de recursos para o país.

O leilão de áreas de exploração de petróleo é um tema controverso e gera discussões sobre os impactos ambientais e a transição energética necessária para enfrentar os desafios globais de sustentabilidade. A realização do leilão reflete a importância estratégica do setor de petróleo e gás na economia brasileira, mas também levanta questões sobre a necessidade de diversificar as fontes de energia e promover um desenvolvimento sustentável.

Botão Voltar ao topo