Durante entrevista no ‘Jornal da Manhã’ da última quinta-feira (28/12), Rui Palmeira, secretário de Infraestrutura de Alagoas e ex-prefeito de Maceió, fez uma grave acusação contra o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL): “o prefeito vendeu a cidade para a Braskem”, disse.
As alegações de Palmeira lançaram dúvidas sobre os acordos entre a prefeitura e a empresa, levantando questões sobre a ética e a legalidade dessas transações.
Em um dos acordos, assinado em 21 de julho de 2023, a Braskem se compromete a pagar à prefeitura de Maceió R$ 1,7 bilhão. Em contrapartida, o acordo, assinado pelo prefeito de Maceió, concede quitação total à companhia por danos ambientais da extração de sal-gema passados, presentes e futuros.
Além disso, a prefeitura compromete-se a transferir para a companhia todas as áreas públicas consideradas de risco devido ao evento geológico e danos ambientais provenientes da mineração de sal-gema em cinco bairros de Maceió
Rui Palmeira não economizou nas críticas ao prefeito. Aqui estão os principais pontos da entrevista:
Quitação
– “O que o prefeito JHC fez foi vender os bairros para a Braskem. Está muito claro no momento que você faz um acordo. O primeiro ponto é a quitação, de forma rasa, geral e irrestrita, irretratável e irrevogável, para danos presentes e, absurdamente, para danos futuros.”
Danos Futuros
– “Eu nunca vi indenizar o dano futuro. É como se a vítima sofresse uma agressão hoje, fizesse um acordo na justiça, mas o agressor estivesse liberado para espancar a vítima novamente quantas vezes quisesse. Isso é uma temeridade, pois o acordo fala em qualquer tipo de incidente em relação à extração de sal-gema, direta ou indiretamente.”
– “Vamos dizer, Deus nos livre, mas se ocorrer uma tragédia na planta industrial da Braskem, já está pago! Se a Lagoa Mundaú se abrir e uma das cavidades causar um dano ambiental que, por exemplo, devastasse completamente a fauna e flora da Lagoa Mundaú, já está pago! Tudo está pago naquele acordo.”
Venda de Maceió
– “E o prefeito, com muita desfaçatez, quando esse acordo veio à tona, fez uma solicitação por um novo acordo, porque ele é tão vergonhoso. Acho que quem teve acesso, quem conseguiu dar uma lida nesse acordo, é difícil até encontrar adjetivos para esse acordo. Mas ele vendeu.”
– “Está lá na praça, ruas, calçadas, jardins, parques, largos. Tudo pertence à Braskem. Então, no meu entendimento, a Braskem não indenizou Maceió; a Braskem fez o maior negócio especulativo imobiliário da história deste país.”
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