Abdias do Nascimento, nascido em Franca, São Paulo, em 1914, era neto de africanos escravizados e se destacou como escritor, ator, artista visual, professor e político. Ele foi responsável por fundar o Teatro Experimental do Negro (TEN), uma companhia teatral formada por trabalhadores sem formação específica, e também idealizou o Museu da Arte Negra (MAN), que teve sua exposição inaugural em 1968, no Museu de Imagem e do Som do Rio de Janeiro.
Além de suas contribuições artísticas, Abdias também foi professor emérito de culturas africanas no Novo Mundo na Universidade de Nova York e atuou em outras instituições educacionais nos Estados Unidos. Após 13 anos de exílio durante o regime autoritário, ele retornou ao Brasil e fundou o Instituto de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiros, participou da fundação do Movimento Negro Unificado contra o Racismo e a Discriminação Racial e ajudou a criar o Memorial Zumbi.
A trajetória de Abdias do Nascimento também incluiu cargos como consultor da Unesco, deputado federal e senador, mostrando sua atuação tanto nacional quanto internacional. Sua importância para a história do Brasil e a luta contra o racismo é inegável, e a inscrição de seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria representa um reconhecimento oficial desse legado.
A homenagem a Abdias do Nascimento é um passo importante para valorizar e preservar a memória de figuras fundamentais para a luta pela igualdade racial no Brasil. Ao lado de Zumbi dos Palmares, Abdias recebe o merecido título de Herói da Pátria, fortalecendo o reconhecimento da importância do movimento negro e da cultura africana na história do país.