Durante sua participação, a ministra destacou um exemplo que ilustra a complexidade e o valor dos serviços naturais: a Amazônia produz 20 bilhões de toneladas de água por dia, o que impacta diretamente o regime de chuvas, responsável por 75% do Produto Interno Bruto (PIB) da América do Sul. Marina Silva ressaltou que se fosse necessário bombear essa água, seriam necessárias 50 mil usinas de Itaipu, evidenciando a magnitude e a importância dos serviços prestados pela natureza.
Ao longo de sua fala, a ministra enfatizou a incalculabilidade desses serviços ecossistêmicos, utilizando a terra, seus nutrientes, a floresta, o sol e o vento para produzir benefícios inestimáveis à sociedade. Ela questionou a tentativa de atribuir um preço a algo que transcende a capacidade de precificação, propondo que, em vez de “preço”, se adote o termo “valor” para o debate. Segundo Marina Silva, a natureza possui valores que estão além do que pode ser precificado.
Além disso, a ministra ressaltou a importância de se reconhecer o valor da natureza antes de tentar atribuir um preço, pois apenas a partir desse reconhecimento seria possível determinar um valor monetário. Ela destacou que esse debate deve ser constante, especialmente no que se refere aos conhecimentos associados aos recursos naturais.
Marina Silva também anunciou que o Brasil trabalhará em uma força-tarefa do G-20 para pensar em mecanismos de pagamento pelos serviços ecossistêmicos, visando à preservação desses recursos fundamentais para o bem do planeta.
Portanto, a participação da ministra Marina Silva no Fórum Econômico Mundial foi marcada por uma defesa enfática da complexidade e do valor inestimável dos serviços prestados pela natureza, reforçando a importância de proteger e preservar os ecossistemas para o bem-estar global.
