O vereador de Rio Largo, José Márcio dos Santos foi afastado provisoriamente das atividades da câmara municipal, na última quinta-feira (15). Ele é acusado de desviar verbas, e de se apropriar dos salários dos assessores e de servidores da Prefeitura. Além disso, depoimentos prestados ao Ministério Público dão conta que o político também é suspeito de tramar a execução do líder estudantil El Lessa, que é presidente da União Municipal dos Estudantes de Rio Largo.
A ex-amante de Márcio que chegou a ser nomeada Secretária após engravidar, contou ao MP que presenciou vários momentos em que o vereador ameaçou Lessa em relação as postagens de acusações que o rapaz fazia. “Ele dizia que caso o líder não parasse com os atritos, ele iria mandar dar um fim nele”, revelou. A confusão começou depois de uma discussão na câmara de vereadores da cidade, onde o vereador e o líder estudantil trocaram acusações em uma sessão.
A juíza da 1º vara, Marclí Guimarães de Aguiar ouviu todos os depoimentos e concluiu que ex-assessores e outras pessoas podem ter sido usadas como laranjas do então vereador. A magistrada decidiu ainda suspender os bens do parlamentar, no valor de mais de R$ 110 mil por possível dano ao erário.
A decisão, segundo a juíza foi uma precaução, já que o vereador poderia tentar ocultar documentos e intimidar testemunhas, e assim influenciar a produção de provas. Os vencimentos do parlamentar, entretanto, ficam mantidos.
De acordo com a denúncia, o vereador chegou a utilizar de outros cargos para se apossar dos salários de servidores comissionados, que nunca trabalharam em suas funções, por exemplo. Um ex-funcionário admitiu em depoimento que o réu o nomeou por uma segunda vez, como assessor, tudo apenas para ficar com a outra parte do salário, mas o contratado continuou com a mesma função e mesmo salário.
O vereador também é acusado de contratar pessoas para assinar notas, antes de serem apresentadas à Prefeitura de Rio Largo, método que facilitava o ressarcimento. Uma das pessoas contratadas pelo vereador se comprometeu a assinar notas fiscais e destiná-las ao setor de tributos da Prefeitura, afirmando ter prestado serviços de limpeza ao vereador, que não ocorreram.
As notas eram referentes a prestação de serviços de limpeza e ao fornecimento de quentinhas, trabalhos que nunca ocorreram. Ao ser provocado sobre o serviço alimentício, o vereador disse que colocaria a pessoa responsável para gerir as redes sociais dele, mas a mesma nunca chegou a receber as senhas.
Processos no MP